Lusofonias
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História Macau situa-se numa península no estuário delta do Rio Pérola no sudeste da China e foi uma colónia portuguesa desde 1557 até 1999. Macau era um centro comercial importante do Império Português e com o seu acesso único ao mercado chinês, foi capaz de fornecer aos chineses prata, pimenta e sândalo. Os portugueses estabeleceram-se provisoriamente em Macau entre 1553 e 1554, sob o pretexto de secar a sua carga. Em 1557, as autoridades chinesas deram finalmente autorização para os portugueses se estabelecerem permanentemente em Macau,[9] concedendo-lhes um considerável grau de autogoverno. Em troca, os portugueses foram obrigados a pagar aluguel anual (cerca de 500 taéis de prata) e certos impostos a estas autoridades, que defendiam que Macau continuava a ser parte integrante do Império Chinês. As autoridades chinesas tiveram desde sempre algum medo e desprezo pelos estrangeiros, passando a supervisionar atentamente os portugueses de Macau e a exercer, até meados do século XIX, uma grande influência na administração deste entreposto comercial. Desde então, Macau desenvolveu-se como intermediário no comércio triangular entre a China, o Japão e a Europa, numa época em que as autoridades chinesas proibiram o comércio direto com o Japão por mais de cem anos. Este lucrativo comércio trouxe enorme prosperidade para Macau, tornando-a numa grande cidade comercial e ajudando-a a atingir o seu auge nos finais do século XVI e inícios do século XVII. Para além de ser um entreposto comercial, Macau desempenhou também um papel activo e fulcral na disseminação do Catolicismo, tornando-se também um importante ponto de formação e de partida de missionários católicos para os diferentes países do Extremo Oriente, principalmente para a China. Por este motivo, o Papa Gregório XIII criou, em 1576, a Diocese de Macau. Esses missionários desempenharam também um importante papel no intercâmbio cultural, científico e artístico entre a China e o Ocidente, e no desenvolvimento da cultura e da educação de Macau. Em 1583, foi criado o Leal Senado, sede e símbolo do poder e do governo local, pelos moradores portugueses, mais precisamente pelos comerciantes de Macau. Este organismo político, considerado como a primeira câmara municipal de Macau, foi fundada com o objetivo de proteger o comércio controlado por Macau, de estabelecer a ordem e a segurança nesta cidade e de resolver os problemas quotidianos. Apesar de a partir de 1623 Macau passar a ter um governador português, o Leal Senado, até à primeira metade do século XIX, continuou a manter uma grande autonomia e a exercer um papel fundamental na administração da cidade. Devido à sua prosperidade, Macau foi várias vezes atacada pelos holandeses ao longo da primeira metade do século XVII. O ataque mais importante teve início em 22 de junho de 1622, quando cerca de 800 soldados holandeses desembarcaram, numa tentativa de conquistar a cidade. Após dois dias de combate, em 24 de junho, os invasores foram derrotados, sofrendo elevadas baixas (cerca de 350 mortes) e conseguindo abater apenas algumas dezenas de portugueses. Para Macau, desprevenida, esta vitória foi considerada um milagre. Em 1638-1639, o comércio português com o Japão foi interrompido, devido às políticas de isolamento levados a cabo pelo então xogum japonês, Tokugawa Iemitsu. Este acontecimento afetou seriamente a economia de Macau, que entrou rapidamente em declínio. Século XIX No contexto da Guerra Peninsular, em setembro de 1808 foi ocupada por tropas da força expedicionária sob o comando do contra-almirante William O'Brien Drury, comandante-chefe das Forças Navais Britânicas nos mares da Ásia, a pretexto de proteção contra a ameaça francesa. Esse efetivo foi reembarcado no final desse mesmo ano, por força da concentração de cerca de 80 000 homens do exército chinês diante das portas da cidade. Desde os meados do século XVII, Macau, mesmo perdendo muitos mercados de comércio ao longo dos tempos (a começar pelo encerramento do comércio com o Japão) e vivendo com alguma frequência na pobreza e miséria, conseguiu ainda reter a sua importância económica e estratégica enquanto porto europeu na China. Mas, esta importância foi seriamente reduzida na Primeira Guerra de Ópio em 1841 quando Hong Kong se tornou no porto ocidental mais importante na China. Em 1844, através de um decreto real, Macau foi ingressado finalmente na estrutura administrativa ultramarina portuguesa. Porém, este acto não foi reconhecido pela China. Este documento real redefiniu ainda e mais uma vez que o Governador era o principal órgão político-administrativo de Macau e não o Leal Senado, que já tinha perdido a sua importância e influência política em 1834. Macau em 1870 Em 1845, Portugal declarou a cidade um porto franco. O Governador João Ferreira do Amaral (1846-1849) ordenou o fim do pagamento do aluguer anual e dos impostos chineses, a expulsão dos mandarins de Macau e a abolição, em 1849, da alfândega chinesa (o Ho-pu).[9] Durante o século XIX, os portugueses ocuparam a parte Norte da península de Macau (naquela altura ocupada pelos chineses), as ilhas da Taipa (em 1851) e de Coloane (em 1864). Eles começaram também a expandir a sua influência às ilhas vizinhas de Lapa, Dom João e Montanha. Em 1887, Portugal diligenciou junto do debilitado e fraco Governo Chinês a assinatura do Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português, o qual reconhecia e legitimava a ocupação perpétua de Macau e das suas dependências pelos portugueses. Século XX O Governo de Macau, querendo criar a sua própria moeda oficial, autorizou, em 1901, o Banco Nacional Ultramarino (BNU) a emitir notas com a denominação de patacas. As primeiras notas impressas começaram a entrar em circulação em 1906 e 1907. Portugal não participou formalmente da Segunda Guerra Mundial (1939-1945); portanto, Macau tornou-se um dos únicos locais do Sudeste Asiático a permanecer neutro frente ao conflito mundial. Por esta razão, um grande número de refugiados chineses, fugindo à ocupação japonesa, foram abrigar-se provisoriamente em Macau, fazendo duplicar a sua população durante aquele período. Esta afluência de refugiados causou muitos problemas, principalmente os relativos à sobrepopulação e à falta de bens alimentares. O Japão respeitou a neutralidade de Portugal e por isso também a de Macau. Mas, mesmo não ocupando Macau, os temidos japoneses exerceram uma enorme influência no Governo de Macau, ameaçando-o muitas vezes. Como por exemplo, em 1941, as ilhas de Lapa, Dom João e Montanha, ocupadas oficialmente pelos portugueses em 1938, foram abandonadas devido a uma ameaça emitida pelo Exército Japonês. Consequentemente, os japoneses ocuparam-nas, mas com o terminar da Segunda Guerra Mundial, em 1945, elas foram restituídas à China, devido à informalidade da presença portuguesa nessas três ilhas. Em 1949, deu-se a fundação da República Popular da China (RPC), de carácter comunista e anticolonialista. Esta nova república declarou o "Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português" como um dos muitos tratados desiguais impostos pelas potências europeias à China e por isso foi declarado inválido. Mas, o novo regime não esteve ainda disposto a tratar desta questão histórica dos tratados desiguais, por isso o statu quo de Macau foi provisoriamente mantido. No dia 3 de dezembro de 1966 ocorreu em Macau um célebre motim popular levantado por chineses pró-comunistas descontentes e fortemente influenciados pela Revolução Cultural de Mao Tse-tung. Este acontecimento é vulgarmente chamado de Motim 12-3. Neste dia de protestos, houve 11 mortos e cerca de 200 feridos e foi necessário a mobilização de soldados para controlar a situação. O motim gerou terror e uma grande tensão em Macau, sendo o assunto encerrado apenas em 29 de janeiro de 1967, com um humilhante pedido de desculpas do Governo de Macau à comunidade chinesa local. Este motim fez também com que Portugal renunciasse a sua ocupação perpétua sobre Macau e reconhecesse o poder e o controlo de facto dos chineses sobre Macau, marcando o princípio do fim do período colonial desta cidade. Com o regime democrático instaurado em Portugal pela Revolução dos Cravos, em 1974, Portugal iniciou conversações com os movimentos de libertação das colónias portuguesas. Essas negociações conduziram ao Acordo do Alvor. Nasciam assim, em 1975, os novos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP): Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. A China rejeitou a transferência imediata da soberania de Macau, tendo apelado para o estabelecimento de negociações que permitissem uma transferência harmoniosa. Com o decorrer das negociações, o estatuto de Macau redefiniu-se para "território chinês sob administração portuguesa" e a transferência de soberania de Macau para a República Popular da China foi agendada para a data de 20 de dezembro de 1999, através da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau. Este documento bilateral e internacional, assinado no dia 13 de abril de 1987, estabelecia ainda uma série de compromissos e garantias feitas entre Portugal e a China que permitiam a Macau um considerável grau de autonomia e a conservação das suas especificidades, incluindo o seu modo de vida e o seu sistema económico de carácter capitalista, até 2049. Após a transferência, o novo Governo da Região Administrativa Especial de Macau, encabeçado e dirigido por Edmund Ho Hau-wah, combateu ferozmente e com êxito contra o crime organizado pelas tríades, com o precioso apoio do Governo Central da República Popular da China. Macau foi remilitarizada, através da colocação de uma guarnição de tropas chinesas. Estas tropas, além de servir para afirmar a soberania chinesa, foram encaradas como uma mais-valia, um apoio ao combate à criminalidade. Liberalização do Jogo, rápido crescimento económico e problemas sociais Em 2001-2002, deu-se uma liberalização parcial do sector do jogo, devido ao fim do prazo da concessão do monopólio deste sector económico de tão grande importância à companhia de casinos de Stanley Ho. Esta liberalização, aliado ao relaxamento das restrições de viagem aos residentes da China Continental pelo Governo Central e consequentemente ao desenvolvimento do turismo de Macau, causou um grande e acelerado crescimento económico jamais visto em Macau. Mas, por detrás deste crescimento, criaram-se graves e alarmantes problemas sociais, como por exemplo o problema da inflação galopante, da mão de obra ilegal ou do excesso da importação (legal) de mão de obra barata e o alargamento do fosso entre os ricos e os pobres (em 2006, o coeficiente de Gini de Macau subiu para 0,48, sendo por isso a sua desigualdade da distribuição de renda mais acentuada do que, como por exemplo, na Singapura, na Coreia do Sul ou até na China Continental. Estes problemas, juntamente com a denúncia em 2006 de escandalosos casos de corrupção envolvendo o então Secretário das Obras Públicas Ao Man Long e a falta de transparência do Governo da RAEM, fizeram com que se ocorresse em Macau vários protestos, principalmente em 2007. Foram registados protestos nos dias 1 de maio de 2007 (Dia do Trabalhador) e 20 de dezembro de 2007, quando Macau celebrou os oito anos de aniversário do estabelecimento da RAEM. Neste último protesto, cerca de 1 500 a 3 500 pessoas saíram às ruas para lutarem por um sistema político mais democrático e com maior transparência, exigindo ao Governo a implementação total do sufrágio universal directo nas eleições para a Assembleia Legislativa de Macau e para o Chefe do Executivo de Macau. Lutavam também por uma maior independência das receitas do jogo e a introdução de medidas para a diminuição do fosso entre ricos e pobres. Cultura A cultura de Macau é muitas vezes caracterizada como um ponto de encontro, de coexistência harmoniosa e de intercâmbio multicultural (principalmente entre a cultura chinesa e ocidental), e consequentemente, um sítio onde se convergem muitos valores, crenças religiosas, costumes, hábitos, tradições e estilos. Macau, como um ponto de encontro e de intercâmbio entre o Ocidente e o Oriente, é dotada de uma grande diversidade de religiões, como o Budismo, o Confucionismo, o Taoísmo, o Catolicismo, o Protestantismo, o Islamismo e a Fé Bahá'í, que se coexistem harmoniosamente. Porém a esmagadora maioria da população de Macau é adepta ao Budismo. Mas, muitos deles, considerando esta religião como uma concepção genérica, incorporam nela vários elementos e valores do confucionismo, do taoísmo, da mitologia chinesa e de outros costumes, crenças e práticas tradicionais chinesas, sendo uma destas práticas os cultos ancestrais. Todo este conjunto religioso sincretizado e adotado pelos chineses é chamado vulgarmente por religiões populares chinesas ou crenças populares chinesas ou ainda por crenças tradicionais chinesas. Existe também em Macau uma comunidade considerável de cristãos, sendo a sua maioria membros da Igreja Católica, que está hierarquicamente organizada e estruturada em Macau na Diocese de Macau. Esta diocese foi criada em 1576 e está atualmente na dependência imediata da Santa Sé, abrangendo somente o território da RAEM. Atualmente, Macau conta com cerca de 30,1 mil católicos. Desde 2016, o Bispo de Macau é D. Stephen Lee Bun-sang. Além da presença da Igreja Católica, existe também em Macau uma comunidade de protestantes, que contava, em 2006, com cerca de seis mil protestantes e 70 templos. A chegada do Protestantismo a Macau remonta ao século XIX, com a chegada, em 1807, do missionário protestante Robert Morrison. Os residentes de Macau são dotados de uma considerável tolerância e liberdade religiosas. De acordo com o artigo 34.º da Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau, "os residentes de Macau gozam da liberdade de crença religiosa e da liberdade de pregar, de promover atividades religiosas em público e de nelas participar". E, de acordo com o seu artigo 128.º, "o Governo da RAEM não interfere nos assuntos internos das organizações religiosas…" e "…não impõe restrições às atividades religiosas que não contrariem as leis da Região Administrativa Especial de Macau". Em Macau, todas as confissões religiosas são iguais perante a lei e, de acordo com a Lei n.º 5/98/M, as relações entre o seu Governo e as confissões religiosas assentam-se "nos princípios da separação e da neutralidade". Macau é muitas vezes caracterizado como um ponto de encontro, de coexistência harmoniosa e de intercâmbio multicultural (principalmente entre a cultura chinesa e ocidental), e consequentemente, um sítio onde se convergem muitos valores, crenças religiosas, costumes, hábitos, tradições e estilos arquitectónicos. Esta característica única e própria de Macau constitui uma das suas especificidades mais importantes. Os macaenses, uma das maiores heranças deixadas pela multissecular administração portuguesa de Macau, têm a sua própria cultura e maneira de viver, distinta quer da dos portugueses quer da dos chineses, bem como o seu próprio crioulo, o patuá macaense, que está em vias de extinção. Este crioulo é baseado no português e fortemente influenciado pelo cantonês, pelo malaio e por muitas outras línguas.[46] Tudo isto é fruto do longo e histórico convívio, coexistência e intercâmbio entre as culturas ocidental e oriental. Este encontro harmonioso multicultural é revelado também, como por exemplo, no calendário dos feriados e das festividades de Macau, destacando-se como por exemplo o Ano Novo Lunar Chinês, o Dia do Buda, o Natal e a Páscoa. O Governo da RAEM organiza muitos espectáculos, concertos e atividades e eventos recreativos e culturais, destacando-se o Concurso de Jovens Músicos de Macau (realizado no Verão), a Exposição de Artes Visuais, o Festival Internacional de Música (realizado em outubro) e o Festival de Artes de Macau (realizado em março). Macau possui uma rede de bibliotecas públicas, pondo em disposição ao público mais de 541 mil volumes e 24 mil objectos multimédia; um arquivo histórico (o Arquivo Histórico de Macau), que tem como objectivo principal recolher, tratar, preservar e difundir documentos com valor histórico; muitos museus, destacando-se o Museu de Macau e o Museu Marítimo; e um centro cultural (o Centro Cultural de Macau), que tem aproximadamente uma área de 45 mil metros quadrados. A proteção, valorização e preservação do património histórico, arquitetónico e cultural de Macau é uma prioridade importante do Governo da RAEM, sendo este património uma atracção turística de grande importância para Macau. Dezenas de edifícios e lugares históricos, como por exemplo as famosas Ruínas de São Paulo e o Templo de A-Má, foram inclusivamente reconhecidos como fazendo parte da História mundial, visto que ilustram bem um dos primeiros e mais duradouros encontros entre a China e o Mundo ocidental. Por esta razão, foram incluídos na lista do Património Mundial da UNESCO, no dia 15 de julho de 2005. A partir daquele momento, este conjunto arquitetónico histórico passou a chamar-se de Centro Histórico de Macau. Artesanato O artesanato pode ser classificado em dois tipos: um é o artesanato de uso diário (textêis, louça, móveis, etc.); o outro é o artesanato decorativo, cuja finalidade única é estética ou de embelezamento (esculturas de marfim, de jade e de madeira, flores de seda, jóias de ouro e prata, todas elas intimamente ligadas à vida material e espiritual do ser humano). Em estreita relação com a História, a posição geográfica, o ambiente, a economia, o nível cultural, as condições técnicas, os hábitos e costumes e os conceitos estéticos, o artesanato revela sempre estilos diversos e concepções diferentes de vida. O artesanato chinês tem uma história remota e é internacionalmente famoso. Prolongando e desenvolvendo esta tradição, o artesanato de Macau tem logrado êxitos consideráveis e apresenta-se hoje ao público com uma imagem nova e invulgar. Veem-se trabalhos artesanais diversos: de porcelana e cerâmica; esculturas em madeira; esculturas em marfim; estatuetas em imitação de cobre; trabalhos em material sintético; flores de seda; obras premiadas no Concurso Infantil de Artesanato de Macau. Liu Gui Bing é o artesão mais conceituado de Macau no que se refere ao artesanato de porcelana e cerâmica. Herdeiro do estilo de seu pai, Liu Chuan, as suas obras reflectem, com vigor, as características próprias de Shi Wan, local famoso na China pela sua porcelana e cerâmica. Um provérbio chinês diz que "o azul extrai-se do índigo, mas é ainda mais azul do que ele". Fazendo jus ao provérbio, os discípulos de Liu Gui Bing conseguiram superar o mestre, apresentando obras dos estilos mais diversos. Espiritual e ideologicamente, os jovens procuram libertar-se dos antigos métodos de criação e combinam a tradição da representação real com os conceitos abstratos da escola moderna ocidental, fazendo com que as peças chinesas multicoloridas sejam impregnadas de ocidentalismo. Trata-se, sem dúvida, de uma inovação cheia de êxito. A madeira para a escultura é muito fina e compacta, de textura forte e flexível e de cor brilhante. Wen Zhou e Le Qing, na província de Zhejiang, e Chao Zhou, na província de Cantão, são locais onde se produz esta madeira e onde este tipo de artesanato se tem desenvolvido de modo muito peculiar. As peças inspiradas, na sua maior parte, nas lendas e mitos da Antiguidade Chinesa, são testemunhas do grande progresso verificado no artesanato de Macau. São exemplos as peças. O Rei dos Macacos Perturba o Palácio Celestial, Oito Deuses, O Robin dos Bosques da Montanha Liang Shan, Avalokitesvara Com Mil Mãos, etc. Com as suas figuras vivas e trabalhos requintados, estas peças são provas mais do que suficientes da técnica excelente e invulgar dos artesãos macaenses, constituindo peças valiosas de coleção. Dantes, as cidades de Pequim, Cantão e Xangai eram os principais centros de arte escultórica de marfim, sendo Pequim famosa pelas suas peças com figuras de mulher, flores e pássaros, Cantão, pelas esferas delicadas com várias camadas sobrepostas e móveis, e, Xangai, pelas suas peças diminutas, com figuras. Hoje, os trabalhos de marfim de Macau revelam grande mestria e refletem todas as características primordiais das diversas escolas neste domínio. Pela diversidade de temas, elegância plástica, delicadeza do trabalho e criatividade, esta arte em Macau tem tido enorme sucesso e grande acolhimento nos mercados interno e externo.
Para se fazer uma estátua de imitação de
cobre, é preciso misturar a resina com o pó de cobre, o estanho e
outras matérias para o molde e, uma vez moldada, a peça passa por um
processo de polimento minucioso. Neste Festival estavam expostas
estatuetas de águias, de Jesus, de Buda, de mulheres e raparigas
ocidentais e bustos de homens famosos. Trata-se de um novo tipo de
artesanato destinado a colecionadores. Danças A tradição da dança do leão de Macau tem a sua origem na cultura de Lingnan, onde o Dragão do Sul predomina. Trata-se de uma arte performativa que integra artes marciais, dança e música. A dança do leão bem como a dança do dragão são os divertimentos populares que se realizam em especial durante as celebrações do Ano Novo Chinês. Não é apenas um divertimento, mas uma arte típica chinesa e um exercício físico de resultados benéficos para a saúde.
Existem três tipos de leões: vermelho, preto e colorido. O vermelho
representa a valentia, coragem; o preto, ferocidade e o colorido,
mansidão. A técnica da dança é muito complicada e muito cansativa, razão pela qual as pessoas se revezam durante a dança. Uma dança demora uns 20 a 30 minutos, ao som de uma música de banda composta de um gongo, pratos e um tambor, sendo este batido pelo próprio dirigente da dança. A dança do Leão é uma forma de dança tradicional na cultura chinesa, na qual os participantes imitam os movimentos de um leão usando uma fantasia do animal. O traje de leão pode ser manejado por um único dançarino, que salta e movimenta energicamente a cabeça, as mandíbulas e olhos da fantasia, ou por um par de dançarinos, que constituem as pernas dianteiras e traseiras do animal. O uso do par de dançarinos é visto em exibições de acrobatas chineses, com os dois dançarinos agindo em conjunto para movimentar o animal entre plataformas de várias alturas. A dança é tradicionalmente acompanhada por gongos, tambores e panchões, representando uma chuva de boa sorte. Música
Macau é uma Região Administrativa
Especial da República Popular da China . Antigamente era uma colônia
de Portugal , que deixou um legado de elementos linguísticos e
outros elementos culturais. A música chama-se música macaense, uma
mistura de música cantonesa e portuguesa. Uma das canções mais conhecidas desse período foi a versão em Patuá para a marcha carnavalesca brasileira "Mamãe eu Quero", que recebeu o título de "Mama Sa Filo". Além disso, a popular canção portuguesa "Oh Careca tira a bóina" recebeu também uma versão macaense, denominada "Sium Careca"; também merece destaque a versão em patuá para o fado canção "Uma Casa Portuguesa", intitulada "Unga Casa Macaísta" e as canções "Bastiana" e "Assi Sa Macau". Esta última é uma composição do cultista da língua patuá no território, o poeta , compositor e diretor teatral José dos Santos Ferreira , apelidado de "Adé", O grupo macaense Tuna Macaense , com o qual Adé esteve intimamente associado, surgiu em 1935 e ainda hoje actua, [1] embora com algumas alterações na sua formação. Atualmente conta com oito membros (António Lopes – bandolim, guitarra, vocal e percursão; Rui Coelho – bandolim, baixo, guitarra solo e canto; Filomena Jorge – baixo, guitarra base, guitarra solo e canto; Carlos Pereira – bateria e percussão; Judas Manhão Jorge – guitarra solo; Pedro Santos – baixo e percussão; Isabel Carvalhal – canto e percussão; A Yiu – teclado). As instituições musicais da cidade incluem a Orquestra de Macau , a Orquestra Sinfónica Juvenil de Macau e o Conservatório de Macau , que tem desempenhado um papel importante na educação musical na área desde a sua fundação em 1991. O Festival Internacional de Música de Macau é um importante evento anual. Um dos mais importantes músicos chineses , Xian Xinghai , nasceu em Macau. A música pop em Macau está ainda numa fase inicial. No entanto, a boy band Soler foi para Hong Kong desenvolver sua carreira musical. Gastronomia A culinária de Macau também é uma mistura de culturas. Algumas das delícias da gastronomia da China, principalmente do Sul da China, são a sopa de barbatana de tubarão, a sopa de fitas, o arroz glutinoso e o famoso dim sum (點心, diǎnxīn em Mandarim), que é uma mistura riquíssima de pequenos pratos diferentes, servidos principalmente nos restaurantes onde existe o "Yam Tchá" (traduzido literalmente em português: beber chá). Quando se fala sobre a culinária de Macau, é de destacar a culinária dos macaenses, considerada única no Mundo, que nasceu quando as esposas orientais dos portugueses tentavam fazer comidas portuguesas com os ingredientes locais (principalmente os de origem chinesa), mas também com vários ingredientes oriundos de lugares (como por exemplo Malaca, Índia e Moçambique) visitados pelos portugueses na altura dos Descobrimentos. Evidentemente, as tradições culinárias destas esposas influíram nestas comidas, originando a culinária macaense, considerada por muitos como uma genuína gastronomia de fusão. Sopa de lacassá e porco afumado, min chi (carne picada), balichão, "tacho" (ensopado de carne e legumes), arroz gordo, cabidela de pato, camarões grandes recheados, chetnim de bacalhau, inhame chau-chau com lap-yôck, galinha assada, caldo de raiz de lótus e caril de galinha são algumas das comidas macaenses populares. Esportes O Governo da RAEM, para promover o desporto para todos e divulgar junto da população as vantagens do exercício físico na saúde, organiza muitas atividades e eventos, como por exemplo o Dia de Desporto em Família, o Dia do Desporto para Todos, o Festival Desportivo das Entidades Públicas, o Festival Desportivo das Mulheres de Macau e o Dia Internacional do Desafio. Macau possui muitos campos, pavilhões, centros e instalações desportivas de grande qualidade, destacando-se o Estádio Campo Desportivo e a Piscina Olímpica de Macau, sendo quase sempre abertas para o uso público. Esta região administrativa especial possui também uma rede de trilhos (localizado nas ilhas da Taipa e Coloane), piscinas e praias públicas e um número significativo de parques e jardins (atendendo à reduzida área de Macau), oferecendo à população um lugar para praticarem exercícios matutinos ou para frequentarem por puro lazer. O futebol é o desporto mais praticado no território e o que tem mais amantes. Dado a existência de poucos campos de dimensões oficiais para futebol entre 22 jogadores (duas equipes) para atender às necessidades do grande número de praticantes locais de futebol, existe em Macau o futebol jogado a 7, o qual se denominou "Bolinha", praticado em campos de menor dimensão como o existente no Colégio D. Bosco. Existe em Macau dezenas de associações e clubes de futebol, nomeadamente o Clube Desportivo Monte Carlo. As ligas e grande parte das competições de futebol são anualmente organizadas pela Associação de Futebol de Macau, mas devido à pequena população de Macau (cerca de meio milhão), as ligas profissionais são financeiramente inviáveis. A modalidade de futebol de salão (futsal) é também uma das mais praticadas pela juventude de Macau. O hóquei em campo e a pelota basca foram outros desportos que tiveram a sua dimensão em Macau, mas que com o tempo se perderam a sua glória e praticamente desapareceram. O hóquei em patins, muito por influência da comunidade portuguesa, ainda prevalece em Macau como uma boa alternativa de desporto para muitos jovens, além de ténis de mesa, badminton, basquetebol e voleibol. As modalidades relacionadas com artes marciais como o Kung Fu, Karaté, Judo e Taekwondo são muito populares e têm muitos adeptos. A maioria da população mais idosa, principalmente chinesa, opta por praticar Tai Chi, como desporto de manutenção. Macau também organiza muitos eventos e competições desportivas locais. A nível regional e internacional, Macau organiza anualmente o Grande Prémio de Macau e organizou em 2005 os 4º Jogos da Ásia Oriental, em 2006 os 1º Jogos da Lusofonia e em 2007 os 2º Jogos Asiáticos em Recinto Coberto. Uma das atracções de Macau é o Grande Prémio de Macau, uma série de espetaculares corridas de automóveis e motociclos, desde a corrida dos carros clássicos, passando pelos Super-Cars até à Fórmula 3. Todos os meses de novembro, e desde o ano de 1954, os melhores pilotos do mundo são convidados a participar num dos circuitos mais emocionantes e perigosos do Mundo. Trata-se de um circuito que percorre o meio da cidade, intercalando longas rectas (Porto Exterior) com as sinuosas curvas do monte da Guia. A curva do Hotel Lisboa é o local onde mais acidentes são registrados. Os pilotos mais famosos que passaram neste circuito foram: Ayrton Senna, Michael Schumacher, Mika Hakkinen, Rubens Barrichello, David Coulthard e Ralf Schumacher. Muitos deles usaram o circuito de Macau como trampolim para a Fórmula 1. O piloto chinês Michael Kwan, na prova de Super Cars, é um dos que mais vezes venceram em Macau, tendo inclusive participado numa das corridas com um recém-fabricado Ferrari F50. Contudo, a dificuldade do circuito e a inexistência de escapatórias têm provocado algumas mortes desde a criação das competições principalmente em motociclos. Durante os dois dias de treino e principalmente durante os dois dias de competição, um número significativo de residentes de Macau e de turistas assistem a estas corridas espetaculares. Em 2003, celebrou-se o 50ª edição do Grande Prémio, com muitas celebrações e festas, incluindo uma demonstração de Fórmula 1. |
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