Lusofonias

 Home   Rádio    Televisão   Contato   Embaixadores    Sobre

A aula de hoje é sobre: História, Culturas e Tradições Angolanas

 

História

Angola foi uma colónia portuguesa que apenas abrangeu o actual território do país no século XIX e a "ocupação efectiva", como determinado pela Conferência de Berlim em 1884, aconteceu apenas na década de 1920. A independência do domínio português foi alcançada em 1975, depois de uma guerra de independência.

Angola é um país pertencente ao continente africano, localizado na região Austral deste. É composta por 18 províncias e tem uma superfície de 1.246.700km2 .O mesmo passou por uma dura e sangrenta colonização, imposta pelo Império Colonial Português, num período de mais de 500 anos .
O quadro que a seguir apresentamos, espelha algumas datas ou períodos que de certo marcaram e marcam a história de Angola:

ACONTECIMENTOS
1482 Os portugueses excalavam o território angolano, no estuário do rio congo

1576 Ano em que o Império Colonia Português expulsou o Império Holandês do território angolano

1953 Fundação do 1° Partido Político em Angola com o nome de Partido Comunista de Angola (PCA)

1956 Elementos do PCA e outras organizações como o MINA, MIA, MLA, MLN uniram-se dando origem ao Partido de Luta Unida dos Estados Africanos de Angola (PLUA)

10/12/1956 O PLUA, aliando-se ao Movimento para a Independência de Angola (MIA), e a militantes comunistas funda o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Porém é importante que se diga que esta versão não é aceite por todos os fundadores…. é uma situação bastante controversa. Porém, esta é versão oficial do próprio MPLA.

1957 Fundação da União das Populações do Norte de Angola (UPNA), que viria se transformar em União das Populações do Norte (UPA)
1962 Fumdação do Partido Democrático de Angola (PDA)

Março 1962 A UPA e o PDA, fundem-se na Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA)

Junho 1964 Jonas Malheiro Savimbi, as vestes de Minístro dos Negócios Estrangeiros do GRAE, abandonou a FNLA e funda a UNITA (União Nacional para Independência Total de Angola). Movimento que dois anos depois, isto é, em 1966, viria dar início a luta armada na região Leste, a Sul do caminho de ferro de Benguela

4/02/1961 Início da Luta de Libertação Nacional que se prolongou até 1974

10/01/1975 à 15/01/1975 Aconteceu os Acordes de Alvor

11/11/1975 Proclamação da Independência Nacional, em plena Guerra Civil, opondo os 3 movimentos de liberação: MPLA, UNITA e FNLA com a participação de forças estrangeiras, nomeadamente as do Zaire, África do Sul, Rússia e Cuba. De fato, o período de transição para a independência de Angola foi marcada por frições ideológicas entre os 3 movimentos que viriam a dar origem a acções armadas com vista à tomada do poder.

Face a esta situação crítica, os três movimentos nacionalistas comprometeram-se a cooperar para a paz e preservar a integridade territorial de Angola, para facilitar a reconciliação nacional. Para tanto que foram celebrados vários acordos. Em 1976, as Nações Unidas reconhecem o governo do MPLA como legítimo representante de Angola. Em 10/9/1979 em Moscovo o fundador da nação angolana, o Dr António Agostino Neto, sucedendo-lhe o então da planificação, o Engenheiro José Eduardo dos Santos, figura que até momento atual ocupa o cargo de Presidente da República. Em 11/05/1991 o governo angolano publica uma lei que autoriza a criação de novos partidos, pondo desta forma fim ao Regime Monopartidário. 30/05/1991, com a mediação de Portugal, EUA, União Soviética e da ONU, celebraram-se os Acordos de Bicesse (Estoril), terminando assim com a Guerra Civil, marcando as eleições para o ano seguinte, isto é, Setembro de 1992, que viriam dar victória ao MPLA. A UNITA não reconheceu os resultados, e desencadeou uma grande revolta que culminaram reiniciando o conflito armado. De 1993 à 20 de 11de 1994 celebrou-se o Protocolo de Lusaka (na Zâmbia), entre a UNITA e o MPLA.

Quase dois anos de negociações para a sua elaboração, e 4 para a sua frustrada aplicação. Dezembro de 1998 Angola retorna ao estado de Guerra Aberta, que viria terminar em 2002 com a morte do líder na UNITA, o Dr Jonas Malheiro Savimbi. 30/03/ 2002, com a morte do líder da UNITA (22/02/2002), as partes beligerantes assinaram o Memorando de Entendimento na parte Leste de Angola, isto é no Lwena (Moxico). Neste ato foram figuras de destaque o General Nunda da parte do Governo (MPLA) e o General Abreu “Kamorteiro” da parte da UNITA. E alguns dias depois assinou-se o Memorando Complementar.

04/04/2002 – Fim da Guerra Civil, ou seja, Cerimónia de assinatura da paz no Palácio dos Congressos (Luanda), assinado pelas chefias militares, nomeadamente: General Armando da Cruz Neto, então chefe do Estado Maior das FAA e General Abreu “Kamorteiro”, chefe do Estado Maior da UNITA

Angola é um país independente hoje, mas para que isso fosse um facto muitos bateram-se em prol disto. Foi assim que reagindo a invasão, os sobas e os reinos dominados, iniciaram uma série de revoltas. As mais importantes revoltas ocorreram no sobado da Kisama, e no sobado dos Dembos que protegiam grupos de escravos fugitivos, do Ndongo, da Matamba, do Kongo, de Kasanje, do Kuvale e do Planalto Central. Das pequenas revoltas, que foram apagadas na história dos vencedores, algumas permaneceram como testemunho da resistência, mostrando que as revoltas nunca cessaram na extensa capitania de Paulo Dias Novais. Eis algumas destas resistências e seus mentores:

1ª – A Revolta de 1570: foi liderada pelo carismático “Bula Matadi”, um aristocrata, que vendo o perigo que corria o seu povo, fez uma guerra de resistência para que não fossem explorados e dominados pelos portugueses. Bula Matadi mobilizou toda a comunidade para expulsar os portugueses do reino do Kongo, com a perspectiva de acabar com as intrigas que enfraqueciam o reino. O governo portugues interviu militarmente ao lado do rei do Kongo, depois de muitas batalhas Bula Matadi foi morto no último combate.

2ª – Resistência no Ndongo: No reino do Ndongo, foi forte a resistência contra a chegada de Portugal. Com o espírito aventureiro, Paulo Dias de Novais procurou o Ngola a fim de se informar das riquezas que havia no Ndongo. Desconfiado das intenções de Novais, não lhe facilitou seu desejo e teve-o preso em Kabasa durante cinco anos. Quando libertou o capitão português, ele regressou ao seu país e voltou alguns anos depois com homens armados, dispostos a fazer a guerra ao Ndongo, a partir da cidade de Luanda, onde se instalou e mandou construir uma fortaleza.

Ngola Kilwanje era então o rei do Ndongo. O seu exército conseguiu vencer os portugueses em várias batalhas, embora as armas fossem simples arcos e flechas contra as armas de fogo que os invasores traziam.

Contudo, a resistência enfraqueceu à medida que alguns chefes foram abandonando a luta e, quando Ngola Kilwanje morreu, o Ndongo foi aos poucos ocupado pelos agressores. Muxima, Massangano, Kambambe foram caindo na posse dos portugueses que construíram fortes nos pontos altos a fim de melhor vigiar e dominar as populações. Algumas tribos e chefes sujeitaram-se a esta situação e pagaram tributos em escravos aos capitães portugueses. Outros preferiam fugir das áreas ocupadas e continuar a lutar, refugiando-se em zonas protegidas como as ilhas do Kwanza.

3ª – Njinga Mbandi: O maior símbolo da resistência ficou para a Rainha Njinga Mbandi, que além da luta contra a ameaça do colonizador, conseguiu aliar os povos do Ndongo, Matamba, Kongo, Kasanje, Dembos, Kissama e do Planalto Central. Foi essa a maior aliança que se constituiu para lutar contra os portugueses. As diferenças e interesses regionais foram esquecidos a favor da unidade contra o inimigo comum. Esta unidade teve os seus efeitos positivos: durante vários anos, os portugueses perderam posições e foram reduzidos a um pequeno território de onde seriam expulsos se não recebessem reforços.

“Desejando restabelecer a paz com o Governador, depois de exaustivas lutas, a nova rainha mandou à Luanda (principal base dos portugueses), uma embaixada, que alcançou os seus objectivos, mediante a intervenção, por ela solicitada, de figuras eclesiásticas de realce entre as quais o bispo. Proposto em 6 de setembro de 1683, o tratado de vassalagem obedeceu a oito condições, estipuladas pelo Governador e aceites pelos protetores da soberania”.

Fato que na íntegra forçou a rainha a dar abertura em suas terras para os forasteiros e caçadores de escravos “Será a mesma rainha obrigada a mandar abrir os caminhos para o comércio, sem impedimento algum franquiar nas terras do seu estado, e para que os pumbeiros podessem ir e vir livremente sem que ela ou vassalo seu algum lhes pudessem impedir, antes lhe mandaram fazer toda a boa passagem e tratamento para que sem dilações fizessem os resgates a quem foram encaminhados. ” ( Delgado, 1955:72).

O termo pumbeiros é o mesmo que pombeiros: agentes na sua maioria formados por mestiços. Os pombeiros trabalhavam com conta dos grandes chefes, sobas ou militares portugueses. Durante um ou dois anos, internavam-se no interior de Angola, trocavam os escravos por tecidos, vinho e objetos de quinquilharias, voltando com uma centena de negros, homens e mulheres acorrentadas. Este tráfico tinha o nome de “Guerra Preta” porque arrancavam sempre por meios violentos os negros das aldeias. Contudo eram os próprios negros, entre os quais os Jingas, que, levados pela ambição de possuir os objetos trazidos pelos portugueses, faziam guerra aos seus irmãos de cor. Existia até uma moeda especial para pagar os escravos. Em determinada altura, foi uma espécie de conchinha, importada do Brasil, a que deram o nome de Jimbo. Mais tarde, um tecido de folhas de palmeiras o “pano” substituiu o Jimbo. Muitas vezes os auxiliares da “guerra preta” eram os próprios chefes negros, os Sobas que trocavam os seus súditos por vinho, tecidos, sal ou pólvora. Os portugueses forneciam auxiliares a estes sobas: um dos seus soldados servia igualmente de guarda e ordenança. Como constatamos neste documento do século XVII, o comércio, a espionagem e a evangelização, sempre foram armas imprescindíveis na conquista colonial. Há quem pretenda que as razões econômicas estão na base da infiltração portuguesa na África, mas nesse período histórico todas as formas para subordinação foram utilizadas com estratégias traçadas e coordenadas a partir das principais falhas das futuras colônias, principalmente na composição étnica de território Angolano. Os acordos de vassalagem foram extremamente desiguais na composição do reino do Sonso, Quacar, Puriamujinga, Lindi, Cassem e Damba, pois a passagem dos pombeiros teve a garantia do governo central, cabendo aos vassalos, sobas e toda a comunidade indígena de Angola aceitar as condições acordadas na base da imposição militar. Na revolta da Rainha Njinga Mbandi, apesar da sua percepção para uma possível unificação étnica na luta contra o colonizador, a questão da força bélica Lusa foi um fator decisivo. No entanto, passados vários séculos da morte da Rainha Njinga, a idéia da unidade do povo angolano ainda não configurou-se. Nos fins do século XX, vencida a luta contra o colonizador, permanecem as disputas internas pelo poder, com ideologias marcadas pelo rancor dos diferentes grupos étnicos na contra-mão da história.

4º – EKWIKWI II do Bailundo. Ekwikwi II, foi outro herói da resistência, que reinou no Bailundo no planalto Central de Angola há cerca de 100 anos, com influência notável em toda a região. Quando chegou ao poder, os portugueses já dominavam todo o norte de Angola e preparavam para a penetração no interior do Planalto Central em busca de cera, borracha e outros produtos. Nessas circunstâncias, Ekwikwi resolveu preparar o seu povo militar e economicamente para enfrentar a guerra prevista. Sendo assim, ele intensificou a agricultura, principalmente o cultivo do milho, dieta indispensável na cultura dos Bantos. O milho era enviado em caravanas para o litoral na base de troca com os sobados vizinhos. As caravanas do bailundo, com o passar do tempo, passaram a avançar para outros Estados. Com essas viagens, foram expandindo para as novas áreas da borracha e colmeias, tornando o reino do Bailundo conhecido em toda a África Central como o estado mais rico do planalto com vários produtos para o consumo interno e exportação. A comunidade do bailundo viveu intensamente os modelos para a defesa dos direitos e soberania dos estados do planalto baseados nos princípios de Ekwikwi II que, além de fortalecer o seu exército, estabeleceu uma aliança sólida com Ndunaduma I, rei do Bié, para fortalecer sua posição na região. Ekwikwi II foi um rei progressista, dinâmico que sempre governou ao lado do seu povo. Ele foi sucedido por Numa II, que, corajosamente, enfrentou a guerra contra a pesada artilharia portuguesa no ataque à capital do Bailundo. Aos poucos as forças militares portuguesas foram ocupando pontos estratégicos. O Bailundo foi totalmente dominado, sem qualquer resistência a nova imposição Lusitana.

5º- Mutu-Ya-Kevela. Em 1902 os portugueses já tinham o domínio, e ocupação de grande parte do território angolano. Na região do planalto houve a fixação de alguns comerciantes portugueses em busca do milho, cera e borracha. Havia também fortificações construídas em Huambo e Bié para apoiar as trocas comerciais e manter a ocupação na região. Mesmo em pleno século XX, os portugueses mantinham o recrutamento para trabalho escravo na agricultura. Mutu Ya Kevela, o segundo homem mais importante na região, após o rei Kalandula do Bailundo, questionou as autoridades portuguesas contra o trabalho forçado imposto pelos imperialistas. Mutu-Ya-Kevela reuniu todos os sobados e reinos do planalto, convocando 6000 homens contra as colunas militares portuguesas, que sufocaram os rebeldes de Angola em 1902.

6º – Mandume, Rei dos Kwanyama. O sul de Angola esteve sempre disputado pelos portugueses e alemães. Aproveitando tal rivalidade, Mandume, rei do Kwanyama, conseguiu obter armamentos dos alemães, que serviriam para lutar contra os portugueses. Preocupados com uma futura ocupação dos alemães, os portugueses atacaram Njiva de surpresa, antes que o mesmo organizasse a luta armada. Mandume fugiu, iniciando em todo o território Ambó, uma tentativa de unir todas as tribos contra os portugueses. Os Ambós, muito bem organizados, comandados por Mandume, venceram os portugueses numa série de batalhas, obrigando os militares lusitanos a buscar reforços. Os portugueses utilizaram um sistema que ambos conheciam muito bem, corromperam parte da guerrilha Kwanyama, assim venceram as batalhas de Mongwa e Mufilo. Sabendo da vitória dos portugueses, devido ao grande poder de artilharia, e pela traição de alguns sobas, Mandume suicidou-se em 1917, preferindo a morte do que viver sob a subordinação do colonialismo.

Cultura
A riqueza cultural de Angola manifesta-se em diferentes áreas. No artesanato, destaca-se a variedade de materiais utilizados. Através de estatuetas em madeira, instrumentos musicais, máscaras para danças rituais, objetos de uso comum, ricamente ornamentados, pinturas a óleo e areia, é comprovada a qualidade artística angolana, patente em museus, galerias de arte e feiras. Associado às festas tradicionais promovidas por etnias locais está também um grande valor cultural. A presença constante da dança no quotidiano é produto de um contexto cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas desde cedo. Iniciando-se pelo estreito contacto da criança com os movimentos da mãe (às costas da qual é transportada), esta ligação é fortalecida através da participação dos jovens nas diferentes celebrações sociais (os jovens são os que mais se envolvem), onde a dança se revela determinante enquanto fator de integração e preservação da identidade e do sentimento comunitário.

Neste particular, destaca-se algumas festas típicas em Angola:

a) Festas do Mar - estas festas tradicionais designadas por “Festas do Mar”, têm lugar na cidade do Namibe. Estas festas provêm de antiga tradição com carácter cultural, recreativo e desportivo. Realizam-se na época de verão e é habitual terem exposições de produtos relacionados com a agricultura, pescas, construção civil, petróleos e agro-pecuária;

b) Carnaval - o desfile principal realiza-se na avenida da marginal de Luanda. Vários corsos carnavalescos e corsos alegóricos desfilam numa das principais avenidas de Luanda e de Benguela;

c) Festa da Nossa Senhora da Muxima - o santuário da Muxima está localizado no Município da Kissama, Província de Luanda e durante todo o ano recebe milhares de fiéis. É uma festa muito popular que se realiza todos os anos e que inevitavelmente atrai inúmeros turistas, pelas suas características religiosas.

Depois de vários séculos de colonização portuguesa, Angola acabou por também sofrer misturas com outras culturas e a música anuncia a riqueza artística de Angola, com os ritmos do kizomba, semba, rebita, cabetula, kilapanga e os novos estilos, como o zouk e kuduro, a animar as noites africanas. As danças tradicionais assumem, paralelamente, a sua relevância, a par da gastronomia rica e variada. A literatura angolana tem origem no século XIX, com uma função marcadamente “intervencionista e panfletária de uma imprensa feita pelos nativos da terra”, sendo que a mesma reflecte também a riqueza cultural do país. É a cultura que molda a imagem de Angola no mundo. Uma política cultural externa para a representação da diversidade cultural de Angola é, portanto, uma grande preocupação do Governo angolano.

Artesanato

Em Angola o artesanato pode ser erudito, popular e folclórico, podendo ser manifestado de várias formas como, na cerâmica, nos trabalhos em couro, trançados e tecidos de fibras vegetais e animais, tintura popular, madeiras como o pau-ferro, pau-rosa e principalmente pau-preto que dá origem a peça, chamada “O pensador”.

A promoção contínua de exposições itinerantes e feiras de artesanato, associada à realização de concertos de média dimensão, pode contribuir para o aumento da renda e diminuir, paulatinamente, a pobreza dos artesãos que, ao longo dos anos, têm produzido peças artesanais, muitas das quais de inegável valor artístico.

O artesanato desenvolve-se em todo o país, e, no seu conjunto, inclui exemplares de valor utilitário e outras que cumprem uma função estética, com peças que vão desde esculturas, cestaria, esteiras, cerâmica, cachimbos de barro, cabaças, indumentária e calçado.

Angola já possuiu uma indústria activa de tecidos de algodão e ráfia, inspirados em modelos de criação plástica de feição artesanal, quer em Luanda, como nas províncias. No passado, os panos de algodão manufacturavam-se, com maior ou menor assiduidade, em diversos pontos de Angola. Sobre o assunto vejamos o que escreve o etnólogo José Redinha, “no norte, mais propriamente na região dos congos, os antigos cultivadores usaram largamente os panos de ráfia. Notícias do século XVI relatam o uso daquele tecido designado ‘pano de palma’, com o qual se vestiam o rei e os seus cortesãos.

Alguns desses panos eram lavrados e de um aspecto tão agradável, que lembravam o “cetim aveludado”. Sabe-se, também, que alguns presentes enviados pelo rei do Congo a D. João II, por intermédio de Diogo Cão, incluíam muitos ‘panos de palma’ bem tecidos e caracterizados com finas cores”.

Artesão
O artesanato, enquanto arte manual utilitária e artística, tem uma larga expressão na variedade das comunidades angolanas, o que justifica a valorização criativa, reprodutiva, autoral e biográfica do artesão, enquanto artista. Neste sentido, julgamos ser urgente valorizar o artesão enquanto sujeito com história, o que pressupõe, para além da divulgação da sua obra, empreender estudos rigorosos e datados sobre o seu percurso, formação, origem e contextos de aprendizagem. Os povos de Angola, à semelhança de outras sociedades em idêntico estádio de evolução, não dispunham de recursos de industrialização fabril própria. Nestes termos, não obstante a existência de indústrias domésticas de produção de diversos profissionais, cada homem era, em princípio, artífice, operário, obreiro, e, em certa medida, um artista. O artesão, conforme a sua aprendizagem, vocação, especialidade, e recursos, satisfazia as suas necessidades e as do grupo a que pertencia. Por este motivo, e pela ausência de padrões rigidamente fixos que caracterizam as produções mecanizadas e industriais, o artesanato nativo apresenta-se variado e diverso na sua tipologia. As matérias-primas, os costumes, as vocações gregárias, as situações geográficas e os sistemas de economia, também influem, como é natural, na redistribuição dos ofícios, no desenvolvimento das aptidões, no aperfeiçoamento das técnicas e na expansão do artesanato.

Associação
Existe uma associação de âmbito provincial, a Associação Provincial dos Artesãos de Luanda (APROARTE), que tem promovido a participação de artesãos em feiras e exposições. Na verdade, a tipologia do artesanato luandense vai desde, esculturas, joalharia, tapeçaria, cestaria, mobiliário, pintura, e calçado. Os materiais mais usados são, a madeira, pedra, arame, marfim, tintas, mateba, bambu, pano, bordão, fibra de sisal, bronze e ferro.

Províncias
Malanje é uma das províncias mais ricas em diversidade artesanal. Do ponto de vista da expressão artística foi em tempos idos uma das referências que nos apraz realçar, particularmente, os municípios de Marimba, Kirima e Massango, que foram os centros de artesanato que mais se destacaram na produção de cestos, sofás, peneiras, pilões, chapéus, pentes de pau, estatuetas e outros objectos feitos de palhas, madeira, bambú, junco e argila. Importa referir a qualidade e diversidade da produção artesanal do Uíge, Cabinda, Lunda-Norte, Lunda-Sul, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Benguela, Huíla, Namibe, Huambo, Bié, e Cuando Cubango.

Turismo
O Centro de Arte do Benfica-Mercado do Artesanato absorveu o antigo mercado do artesanato, constituindo um importante vector cultural e comercial, que se junta à tradicional prática turística da zona do Museu da Escravatura. A prestação dos serviços turísticos passa pela criação de catálogos promocionais e plataformas digitais das peças mais elaboradas com a biografia dos artesãos, suportado pela reutilização criativa das modernas tecnologias da esfera comunicacional, para uma cabal informação de quem visita Angola.

Espaços
Em Luanda, o artesanato é produzido e comercializado em alguns pontos da capital. O artesanato produzido no Bengo tem as mesmas características com as de Luanda, e os artesãos comercializam as suas obras nas suas comunidades. Tradicionalmente, o artesanato que se produz é constituído, essencialmente, por chapéus, balaios, cestos e abanos. Os espaços de maior referência de comercialização são, a feira permanente da Ilha do Cabo, feira temporária do Panguila, Loja Espelho da Moda, Zunga Zunga Makiese, artesãos ambulantes e o Centro de Arte Benfica-Mercado do Artesanato.

Centro
Localizado na comuna do Benfica, município de Belas, província de Luanda, o Centro de Arte Benfica-Mercado do Artesanato convive com o Museu Nacional da Escravatura, local de memória e referência histórica, e possui um atelier do artesão, que comporta cinquenta pessoas, um auditório, com cento e sessenta e um lugares, uma sala de exposições, que pode albergar cento e vinte pessoas, e ainda sete edifícios de apoio. A criação de infra-estruturas é um passo importante para a valorização do artesanato, de forma a restaurar a sua funcionalidade comercial, preservação, recuperação dos valores e saberes tradicionais. O carácter utilitário da produção artesanal antecede a sua função estética, embora a utilidade e o adorno apareçam conjugados, numa só peça artesanal. O Centro de Arte Benfica-Mercado do Artesanato tem conferido mais dignidade aos artesãos e melhorados os seus rendimentos comerciais.

Gestão e integração do artesanato no sistema de ensino

Estudos recentes sobre gestão cultural, apontam várias funções do artesanato das quais destacamos, para além da essencialmente cultural e de terapia ocupacional, a patrimonial, simbólica, social e comercial, ou seja, o artesanato é uma importante fonte de rendimento, principalmente para as pessoas com pouca formação e fraca capacidade de investimento.

Existe ainda a função recreativa, da qual se integra a turística, e, uma das mais importantes, a pedagógica. Neste sentido, o ensino do artesanato nas escolas, integrado na disciplina de trabalhos manuais, pode constituir uma estratégia dos alunos se inteirarem dos valores culturais das suas zonas de origem. Existe ainda o chamado “artesanato de recuperação”, que consiste na criação de peças a partir da reutilização ou reciclagem de diversos materiais, que pode, igualmente, estar integrado no sistema de ensino. Destacamos ainda a função ambiental do artesanato, que consiste na selecção e valorização dos materiais intervêm na cadeia de produção artesanal, que permitem a preservação de paisagens e dos ecossistemas, muito devido ao facto da maioria do artesanato ser realizado sem recurso a maquinarias, não poluindo o planeta.

Julgamos que a gestão e promoção do artesanato nacional, passa pela valorização, antes de mais, do artesão, que, na maior parte dos casos, não possui a visibilidade do artista plástico e conferirmos ao seu produto, uma legítima dimensão artística. A verdade é que a repetição e dimensão utilitária do artesanato, asfixia a sua dimensão artística, relegando às obras dos artesãos à compartimentação, por vezes pejorativa, da chamada cultura popular. Historicamente, o artesão responde por todo o processo de transformação da matéria-prima em produto acabado. Contudo, antes da fase de transformação o artesão é responsável pela selecção da matéria-prima a ser utilizada e pela concepção do produto a ser executado, momentos por que passam, igualmente, os artistas plásticos consagrados. Actualmente, é possível estabelecer o convívio entre a produção manual e o processo de industrialização do artesanato.

Danças

Kabetula
E uma dança carnavalesca da região do Bengo, exibida em saracoteios bastante rápidos, seguidos de alguns saltos acrobáticos, os bailarinos apresentam-se vestidos de camisolas, normalmente brancas, ou de tronco nu de duas Pondas (saia feita de lenços de cabeça em estilo rectangular fixada por uma Ponda (cinta vermelha ou preta)), amarrando um lenço na cabeça e outro no pulso, utilizando também um apito para a marcação da cadência rítmica do "comandante".
E a dança por excelência, o sapateado lento, seguido de oscilações corporais, firmando-se o bailarino, ora no calcanhar, ora na ponta dos pés, apoiando-se sobre uma bengala ou guarda-chuva. Os tocadores usam instrumentos como latas, dikanzas, garrafas, arcos de barril e, para algumas variações rítmicas, a corneta de latão e a caixa-corneta. Os bailarinos vestem calças listradas e casacas devidamente ornamentadas, representando alguns postos do exército, cobrindo o rosto com uma máscara, representando alguns animais para melhor caricaturar jocosamente o inimigo (o opressor).


Kizomba
E uma terminologia angolana da expressão linguística "Kimbundo" que significa"festa".
A expressão Kizomba, como dança, nasceu em Angola nos anos 80, em Luanda, após as grandes influências musicais dos Zouks, e com a introdução das caixas rítmicas drum-machine, depois com os grandes concursos que invadiram Angola.
A expressão se manteve, passando pelo Cavalinho, e o kizomba corrida. Também nessa época apareceram as kizombas acrobáticas, dançadas por dois rapazes.
É necessário salinetar, ainda, que as grandes festas entre amigos nos anos 50/70 eram chamadas Kizombadas" porque ainda não existia kizomba como expressão bailada e nem musical. Voltando aos anos 50/60, em Angola já se dançava a o Semba, Maringa, Kabetula, Kazukuta, Caduque que deu origem à Rebita e a outros estilos musicais, tipicamente angolanos, como também estilos provenientes de outros continentes influenciaram a música e a dança, como o tango, a plena, o merengue, etc., que eram dançadas nas grandes farras já ao nosso estilo. Esses estilos de dança outrora eram chamados danças da "Umbigada"ou danças do "umbigo" só para lembrar que alguns desses estilos têm influências de uma dança portuguesa que se chama "Lundum" que também era dançada aos pares, sendo proibida porque foi considerada uma dança erótica.


Kuduro
Estilo de música e dança Angolana. Dança recreativa de exibição individual ou em grupo. Fusão da música batida, com estilos tipicamente africanos, criados e misturados por jovens Angolanos, entusiastas e impulsionadores do estilo musical, adaptando-se à forma de dançar, soltando a anca para os lados em dois tempos, sutilmente, caracterizando o movimento do bailonço duplo. A dança sulafricana denominada " Xigumbaza ", que significa confusão, era dançada pelos escravos mineiros, enquanto trabalhavam mudos e surdos, só as vozes das botas se faziam ouvir como um canto de revolta, adaptando-se ao estilo musical Kuduro nasce, o Esquema ou Dança da Família. Dança da Família é dançada geral em grupos, exercitando o mesmo passo várias vezes em coreografia coordenada pelos participantes na dança. Dançada normalmente em festas ou em discotecas.
Rebita
E um género de música e dança de salão angolana que demonstra a vaidade dos cavalheiros e o adorno das damas. Dançada em pares, a partir de coreografias coordenadas pelo chefe da roda, executam gestos de generosidades gesticulando a leveza das suas damas, marcando o compasso do passo da massemba. O charme dos cavalheiros e a vaidade das damas são notórios; enquanto dança se vai desenvolvendo no salão as trocas de olhares, e os sorrisos entre o par são frequentes. É dançada em marcação de dois tempos, através da melodia da música e do ritmo dos instrumentos.


Semba
E uma dança de salão angolana urbana. Dançada em pares, com passadas distintas dos cavalheiros, seguidas pelas damas em passos totalmente largos, onde o malabarismo dos cavalheiros conta muito para o nível de improvisação. O Semba caracteriza-se como uma dança de passadas. Não é ritual nem guerreira, mas de divertimento, principalmente em festas.


Carnaval

O Carnaval de Luanda é uma festividade popular ocorrida anualmente nos dias de Carnaval em Luanda, capital de Angola. A tradição carnavalesca, trazida pelos colonos portugueses, incorporou, ao passar do tempo, uma gama de tradições locais, enraizando-se profundamente na cultura da cidade.

Os primeiros esboços de folia de entrudo foram introduzidos paulatinamente no reino do Congo logo a partir dos primeiros contactos dos Portugueses com gente da bacia do grande rio "N'zadi", o Zaire. As primeiras gentes a seguir este tipo de manifestação foram os N´Zombo da margem sul do N´Zaire e os N´Zaus do lado Norte do mesmo rio, os agora chamados de Cabinda, os Lândanas e Inbindas de então. Mais tarde os N´Zeto do Songo e Solongo, mais a sul do reino de Manikongo também aderiram a este brincar de vida.

Na expansão mercantil dos vários entrepostos comerciais, e mais para sul, os Tugas, simultâneamente, transportaram pela costa mais a sul do actual Ambriz estes costumes ao reino de N´Dongo, (nome das primeiras canoas e gentes) aquele que veio a ser conhecido por N´gola e depois de Angola.
Os naturais da ilha das cabras ou os Muxiloandas da ilha Mazenga, actual ilha de Luanda, fizeram desta manifestação uma diversão aliada a uma dança conhecida por bassula, esquindiva ou finta. Com enfeites de fitas e ramos imitavam os novos seres de tês branca, os N´Dele ou T´chindele de chapéus e armaduras em ferro. Seguiu-se uma rápida semântica de linguajar e gíria caracterizada pelos camondongos ou kaluandas, uma mistura de kimbundo com pretuguês.

Os Muxiluandas deram o nome de Muala àquela dança já com alguma coreografia e num ritmo de pré-merengue. O semba apareceu a partir da dança Kazukuta, num lugar conhecido por Samba; o próprio Soba Samba aliado a Manhanga (Maianga) deram ao longo dos anos vivacidade a tal manifestação de folguedos.

Aquelas manifestações, a partir de 1800 já tinham grandes momentos de recreação e coreografia. Muito próximo do fim do século XIX, surgiram muceques com nomes de Kamama, Kapiri e Mulenwo que em manifestações de óbito, faziam apelo ao espírito "Kiruwala", exibindo gestos de quase recreação que os Muxiloandas ou Axiluandas usavam para demonstrar fraternidade e apoio social.

A partir dos anos trinta do século XX, os moradores da Ilha vinham de canoa até à Marginal a que se veio a chamar de Paulo Dias de Novais, e imitavam os marinheiros portugueses com suas fardas imaculadamente brancas, espadas, divisas amarelas e chapéus a condizer. Faziam a folia regada com T'chissângua e vinho do Puto que os "N'Gwetas" traziam da metrópole; eram tempos de folguedos que os N'Gwetas davam aos seus trabalhadores, quitandeiras e lavradeiras para se esponjarem nas areias da Marginal. Os colonos roçeiros, fubeiros ou funcionários, riam e, à sucapa e, no fundo dos quintais de suas quintas ou casas iam fazendo farras de "arrebenta merengue" por debaixo de uma mulembeira, amendoeira, tamarindo ou até embondeiro; era uma altura própria para as donzelas "N'dele", crioulas e mocamas se conhecerem, falarem das coisas de literatura.

As manifestações de Saturno e Baco iam proliferando a partir dos muceques, Sambizanga, Prenda, Catambor, Bairro Operário, São Paulo, Kaputo da Terra Nova, Cazenga, Rangel e os já falados pescadores da Ilha, os Muxiloandas. Os Kaluandas, sempre prontos para a farra, mais os curiosos do Kifangondo, Cacuaco, Catete, Barra do Kwanza,Belas, Maculusso, Praia-do Bispo e Bungo.

No ano de 1961, no dia quatro de Fevereiro, as autoridades coloniais suspenderam todas as manifestações de rua. Timidamente no fundo dos quintais e quase em surdina iam fazendo as farras na Samba, Coqueiros, Bairro do Café, Vila Alice, Quinaxixe e Maianga; eram resquícios das festas Juninas em homenagem aos santos populares que brancos e filhos crioulos faziam com regulamentos, letra e música e um prémio do Município de Luanda.Após o ano se 1961, não obstante as autoridades proibirem manifestações de folia, registaram-se tentativas de desobediência em São Paulo, Anangola, Bairro Operário e Bairro do Cruzeiro tendo daí originado distúrbios com forte repressão por forças militarizadas. Era uma vingança às mortes de uns quantos polícias quando do assalto à quarta esquadra por entusiastas do glorioso EME, seguindo-se rusgas e cachorros à solta para agarrar negro (coisas para esquecer, mesmo tontas mas,...de difícil compreensão). Foi o inicio da luta armada, a revolta dos perseguidos em tempos de “qwata-qwata” e, eis que em 1965 o Centro de Informação e Turismo de Angola (CITA), regulamenta conjuntamente com a Câmara Municipal os blocos de participantes idos do subúrbio para alegrar as gentes na Avenida Marginal.

Já não havia areia, já existia o Banco de Angola, Cais de pesca e muitas palmeiras imperiais enfeitando um largo passeio ladrilhado e asfaltado desde a fortaleza de São Miguel no Baleizão e o porto de mar do Bungo com sua praça imperial e a estátua do Navegador Paulo Dias de Novais (esta estátua deveria voltar ao seu sítio)

 

Os blocos desfilavam em corso, mascarados, com latas pintadas, apitos, vestes coloridas a imitar Reis do Puto distante e muitas espadas, lanças, escudos e coroas; naquele dia toda a gente era rei,... Quem o quisesse ser!


Os reinos de N´gola e Kongo estavam sempre representados.
A cidade do Lobito aderiu às festividades e na ilha da Restinga o corso passava despejando quilos e quilos de fuba para tornar todos brancos e atrás, uma agulheta de água consolidava a máscara branca com figuras de sinistra aparência. Naquele dia eram todos brancos e Zumbis.

Mais tarde surgem os N´gola Ritmos, Os Cunhas, os Rok´s e os Duo Ouro Negro. Seguiram-se-lhe o Lubango, Benguela das acácias rubras, Huambo, Sumbe e tantas outras localidades até que surgiu a Revolta dos Cravos, a 25 de Abril de 1974, comandada por uns quantos oficiais superiores das Forças Armadas de Portugal, cujos resultados se repercutiram nas colónias portuguesas em África até à proclamação das suas independências.

O Carnaval que já se notabilizou como uma das festas mais populares do país, registou na sua história várias interrupções. A primeira aconteceu na década de 1940 com a eclosão da IIª Guerra Mundial; a segunda entre 1961 e 1963, com o início da luta de libertação nacional, período que também não houve Carnaval por decreto do regime Salazarista; e uma terceira que aconteceu entre 1975 a 1977.

O ressurgir das festividades carnavalescas na então República Popular de Angola foi protagonizado, em 1978, pelo Fundador da Nação e primeiro Presidente de Angola, Dr. António Agostinho Neto.

Num comício bastante popular realizado num dos mais emblemáticos municípios de Luanda (o Cazenga), o Poeta-Presidente propunha à população do país a realização do Carnaval numa perspectiva diferente daquela até então conhecida.

O restabelecimento do entrudo como uma festa pública e de recreação popular, foi idealizada por Agostinho Neto, com a finalidade de tirar a população do marasmo que absorvia completamente a sua atividade diária.

Deste modo, a história do Carnaval pós-independência está intrinsecamente ligada à personagem de Agostinho Neto que, com o seu discurso popular e promissor, apelou aos angolanos à celebração das vitórias conquistadas pelo país, designando assim o Carnaval da vitória. Esta foi a tónica predominante do Carnaval durante muitos anos.

Para além da sua formação em Medicina, da sua veia literária e do seu desejo de ver o direito à vida ser irrefutavelmente respeitado, Agostinho Neto revelou-se também uma personagem impulsionadora das manifestações culturais e do resgate do legado cultural do país, como pode ser lido no seu poema do livro Sagrada Esperança, intitulado Havemos de Voltar:
 

Música

A música de Angola foi moldada tanto por tendências musicais mais amplas como pela história política do país. [1] enquanto a música angolana também influenciou a música de outros países lusófonos . Por sua vez, a música angolana foi fundamental para a criação e reforço da angolanidade , a identidade nacional angolana. [2] A capital e maior cidade de Angola - Luanda - é o lar de um grupo diversificado de estilos, incluindo kilapanda , semba , kizomba e kuduro . Ao largo da costa de Luanda fica a Ilha do Cabo , lar de um acordeãoe estilo de música baseado na gaita chamado rebita .
No século 20, Angola foi assolada pela violência e instabilidade política. Os músicos angolanos foram oprimidos pelas forças governamentais, tanto durante o período da colonização portuguesa como após a independência .

Música folclórica
Semba é o predecessor de uma variedade de estilos musicais originários da África . Três dos mais famosos são o próprio samba, a kizomba e o kuduro .
O assunto de Semba é muitas vezes um conto ou história de advertência sobre a vida cotidiana e eventos e atividades sociais, geralmente cantada em uma retórica espirituosa. Através da música Semba, o artista consegue transmitir um amplo espectro de emoções. É esta característica que fez do Semba o estilo musical de referência nos mais variados encontros sociais angolanos. A sua versatilidade é evidente na sua presença inevitável em funerais e, por outro lado, em muitas festas angolanas .
Semba está muito vivo e popular em Angola hoje, como era muito antes da independência daquele país do sistema colonial português em 11 de novembro de 1975. Vários novos artistas Semba surgem todos os anos em Angola, enquanto prestam homenagem aos veteranos mestres semba, muitos dos quais ainda estão atuando. Outros estilos relacionados ao Semba é Rebita , que é inspirado nas danças de linha europeia , bem como kazukuta e kabetula que são principalmente Carnaval Music.
Barceló de Carvalho, o cantor angolano popularmente conhecido como Bonga , é indiscutivelmente o artista angolano de maior sucesso na popularização da música semba internacionalmente; geralmente está sendo categorizado como World music .

Música popular

A música popular de Angola teve pouco sucesso internacional.
Nos anos 1800, músicos angolanos nas cidades experimentaram estilos populares em todo o mundo, incluindo valsas e baladas. Com a primeira metade do século XX surgiram as big bands, que cantavam tanto em português quanto em kimbundo.
O primeiro grupo a se tornar conhecido fora de Angola foi o Duo Ouro Negro , criado em 1956. Depois de uma armação de sucesso em Portugal, a dupla percorreu a Suíça, França, Finlândia, Suécia, Dinamarca e Espanha. Depois deles veio a Orquestra os Jovens do Prenda , que foi mais popular do final da década de 1960 ao início da década de 1970 e continua a se apresentar e gravar esporadicamente. A big band incluía dois trompetes , um saxofone , quatro guitarras e meia dúzia de instrumentos de percussão . Eles tocaram kizomba (a estilo nativo baseado em torno do marimba , xilofone ), usando os quatro guitarras para aproximar o som da marimba e quilapanga . Além desse início dos anos 60 até o final dos anos 70 alguns outros grupos como Kiezos, Negoleiros do Ritmo, Cabinda Ritmos, Super Coba, Ngoma Jazz, Africa Show, Ases do Prenda, Águias Reais, Bongos do Lobito, etc. foram as principais bandas em Angola tocando Angolano música antes da independência de Angola em 11 de novembro de 1975. Estes grupos tinham sede em Luanda e Lobito na província de Benguela.
O violonista Liceu Vieira Dias e a sua banda Ngola Ritmos, é, no entanto, o pai da música popular mais angolana, a chamada semba. Ele introduziu os conjuntos de dikanza ( raspador ), ngomas ( tambores de conga ) e violas , que se tornaram populares na década de 1950 nas áreas urbanas, onde o público gostava das mensagens politizadas e do pensamento nacionalista inicial . Dias foi preso pelos portugueses durante muitos anos.
Nos anos anteriores à guerra civil, a cena musical rock de Luanda fervilhava. Um membro de uma banda de ponta disse que estar em uma banda naquela época era como estar em um time de futebol de ponta; quando sua banda entrava em um clube, todos os seus apoiadores gritavam (e as groupies de bandas rivais iriam assobiar).
Dois outros músicos proeminentes da era pré-independência incluíam David Zé e Urbano de Castro , ambos assassinados como resultado de seu ativismo político.
A partir dos anos 1970, Bonga tornou-se no músico pop angolano mais conhecido fora do país. Começou a actuar no início dos anos 1960, quando a música folclórica angolana estava a ganhar popularidade. Como membro da Kissueia , enfrentou problemas sociais ao mesmo tempo que se tornou uma estrela do futebol. Foi transferido para Lisboa pelo governo colonial, onde jogou futebol até 1972, altura em que partiu para protestar contra a guerra colonial de Portugal em Angola. "Mona Ki Ngi Xica" de Bonga (1972) rendeu-lhe um mandado de detenção e começou a viajar entre a Alemanha, França e Bélgica até Angola se tornar independente em 1975

Pós-independência

Após a independência, veio a guerra civil . Muitos músicos populares foram mortos e alguns dos que foram poupados simplesmente deixaram o país.
No início dos anos 80, a música popular angolana foi profundamente influenciada pela música cubana , especialmente na obra de André Mingas e do irmão Rui Mingas . A Rumba cubana era popular e influente em todo o sul da África, incluindo o vizinho Zaire de Angola (rebatizado de República Democrática do Congo), onde se tornou a base para o soukous . Além da difusão da música cubana gravada, a presença de tropas cubanas aliadas ao movimento marxista MPLA ajudou a popularizar os ritmos cubanos.
Duas das canções mais conhecidas de Angola são Humbi Hummbi - escrita por Filipe Mukenga e Mushima (origem desconhecida). A música é de grande importância no estilo de vida angolano e não é raro encontrar interpretações a capela das canções angolanas e brasileiras mais populares. As letras destas canções são cantadas em português, falado pela maioria dos angolanos como primeira ou segunda língua, ao lado das línguas bantu .
Alguns outros músicos angolanos populares incluem Teta Lando , Carlos Lamartine , Kituxi , Waldemar Bastos , Afra Sound Star e Sam Mangwana , que era de dupla herança congolesa-angolana.

Kuduro
Há algum tempo, um novo movimento de música mais eletrónica, o kuduro , floresce em Angola. Combina os tradicionais angolanos Kilapanga, Semba e Soca com o house ocidental e o techno . O principal proponente do kuduro é o grupo internacional Buraka Som Sistema embora haja uma série de artistas a trabalhar na cena nacional e um número crescente de produtores de quartos .

Kizomba
O gênero mais popular hoje é a kizomba . Kizomba é uma dança social em parceria, que está rapidamente ganhando atenção mundial, principalmente na Europa e América do Norte. As discussões sobre kizomba empregam palavras como 'conectado', 'sensual' e 'íntimo', criando experiências de dança e uma cena mais ampla carregada de afeto e erotismo subjacente. O ritmo e o movimento da kizomba são derivados de um semba animado, que significa “um toque de barriga”, que é uma postura característica da dança. Kizomba apoia um número bastante grande de artistas cantando em inglês e português. O maior produtor da área da Kizomba é Nelo Paim que trabalha em conjunto com Afonso Quintas e LS Produções . Eduardo Paim , irmão mais velho de Nelos, já lançou 10 discos e se apresentou em shows pelo mundo.

 

Gastronomia

Angola é um país da África cujo território varia em praias tropicais do Atlântico, um sistema de rios e um deserto subsaariano que se estende através da fronteira com a Namíbia . Cobrindo uma área de 1.246.700 quilômetros quadrados, sua alimentação pode variar de norte a sul e de leste a oeste. Descubra 20 comidas típicas de Angola.

A cozinha angolana, como a brasileira, é influenciada principalmente por Portugal devido à sua história colonial que durou mais de 400 anos. A vizinha República Democrática do Congo (RDC) também tem grande influência nos alimentos consumidos pelos angolanos, especialmente no norte do país, onde muitas pessoas emigram da República Democrática do Congo (RDC) fugindo da guerra e da pobreza.

Quais são os ingredientes da culinária Angolana?

Os alimentos importantes de Angola chama-se funge , seguido pelo arroz e feijão e folhas de kizaca . Como você verá em breve, eles são servidos com a maioria dos pratos citados nesse artigo sobre pratos típicos angolanos.

Os ingredientes mais comuns usados na culinária angolana são mandioca, tomate, alho, óleo de palma e feijão. E por causa do Oceano Atlântico e de um vasto território, sua gastronomia oferece uma grande variedade de frutos do mar e carnes. Além disso, a cozinha angolana é conhecida por ser muito picante. Tudo deve ter molho, para que quando a carne ou o peixe terminar, ainda tenhamos o molho para desfrutar.

1. Funge
Funge é o prato básico da dieta angolana, e é o alimento mais popular do país. É feito de fubá (farinha) de milho ou mandioca (yuca). A região norte de Angola come mais funge feito de mandioca, e a parte sul come mais funge de milho. Há quem goste da versão mista também, funge de mandioca e milho.
Os passos são muito simples, mas o processo requer um pouco de esforço. A água precisa ferver e, em seguida, os ingredientes são despejados nela, assim como você faria um purê de batatas. Você precisa de braços fortes para fazê-lo e para ter um funge suave sem grumos. É normalmente consumido ao almoço e pode ser acompanhado por outros pratos.

2. Mufete
O mufete é a segunda comida mais popular e deliciosa de Angola depois do funge . É comido principalmente nos fins de semana ao pôr do sol, porque é um pouco pesado, e depois de comer as pessoas só querem relaxar.
A composição é muito simples. É uma combinação de feijão com azeite de dendê ou vermelho, peixe grelhado, banana-da-terra cozida e batata-doce, cebola picada e farinha.
O mufete é geralmente feito com cacusso , um peixe encontrado nas margens de Luanda. Algumas pessoas também adicionam mandioca cozida a ele. A combinação do molho salgado do feijão com a doçura da batata-doce torna este prato muito delicioso. É um dos poucos pratos angolanos que não é servido com funge nem arroz.

3. Calulu
O calulu é um prato muito comum na cozinha angolana. Pode ser feito com peixe ou carne seca. Geralmente é servido com funge . Algumas pessoas servem com arroz, mas a experiência não é a mesma.
Este é o tipo de prato ao qual as pessoas sempre adicionam algo, como tempero ou sabores fortes, para torná-lo único. Calulu é essencialmente feito de peixe ou carne, folhas de batata-doce, tomate, óleo de palma e cebola.,

4. Jimboa
Jimboa é um dos vegetais mais consumidos presentes na cozinha angolana. Originário da região sul de Angola, este vegetal tem alguns benefícios para a saúde. É rico em fibras e proteínas, que ajudam a combater a gordura e a ganhar massa muscular.
Pode ser preparado com sal, vinagre, tomate e, às vezes, óleo de palma, e depois fervido. É servido com funge , calulu de peixe ou carne, e frequentemente com feijão. Este é um prato macio e pode ser consumido a qualquer hora do dia.

5. Kizac
Este é considerado o prato mais saboroso para ser servido com funge . Kizaca são as folhas da mandioca. Pode ser acompanhado de peixe, carne ou frango, e é consumido em todo o país.
Geralmente é cozido e temperado com os ingredientes usuais, tomate, cebola, sal, óleo e vinagre. É fácil de preparar e muito gostoso. Interessante que aqui no Brasil usamos muita mandioca, mas não aproveitamos a folha. Pelo menos eu não me lembro de ter comido.

6. Cachupa
Este é um prato exótico quente originário de Cabo Verde e que foi adaptado e modificado pelos angolanos.
Consiste em uma mistura de vários ingredientes sendo o feijão o principal. Semelhante ao mufete , este também é consumido principalmente nos fins de semana. É uma combinação de feijão, carne bovina ou suína, bacon, batata, mandioca e repolho. Em seguida, é temperado com os ingredientes habituais. Algumas pessoas adicionam milho e batata-doce para dar um leve sabor doce.

7. Kissanguá
Kissangua é uma bebida tradicional caseira originária do sul de Angola pela etnia Ovimbundo. Originalmente é uma bebida artesanal, mas hoje em dia é produzida industrialmente e exportada para a Europa. É feito com fubá (farinha) de milho, e algumas regiões também adicionam polpa de abacaxi e chamam de “Abacaxi Kissangua”.
Para preparar esta bebida, põe-se a ferver a farinha, normalmente com 5 litros de água, para que fique uma mistura homogênea. Em seguida, é colocado dentro de uma garrafa e exposto ao sol para fermentação, que leva cerca de 2 a 5 dias, dependendo da porcentagem de álcool desejada.
Esta bebida caseira é muito barata de fazer e costuma ser servida em reuniões sociais tradicionais. Kissangua é como o símbolo nacional de Angola.

8. Mukua
Mukua é um fruto da árvore Baobá originária do norte de Angola. Tem uma casca dura como um coco. Dentro do fruto, há sementes que são revestidas com um pó esbranquiçado, que é a polpa do fruto. Tem um sabor único e é usado para fazer sucos, mousses e até bolos.
É tão delicioso que agora é exportado para outras partes do mundo. É rico em vitaminas e cálcio, e também ajuda a reduzir o açúcar no sangue; assim, muitas vezes é recomendado para aqueles que sofrem de diabetes.
O suco de mukua pode ser feito em casa colocando a mukua em água fervente para que derreta, e depois adicionando açúcar e deixando descansar por horas.

9. Muamba de Frango
Este prato também é muito conhecido no Gabão e no Congo, onde é considerado o prato nacional. Muamba de frango consiste em frango cortado em pedaços com uma variedade de molhos.
O frango de cozimento lento é combinado com pasta de quiabo, abóbora e dendê. É cozido durante uma hora e servido com funge . Este prato tipo guisado combina muito bem com funge . O forte molho de muamba dá sabor ao bem suave funge da mandioca . Há também o muamba de peixe , mas não é tão conhecido.

10. Ginguba Torrada
Ginguba significa amendoim em portugês. É comido principalmente como um lanche e cai muito bem quando é assado ( ginguba torrada ). Este é um prato “tem que comer”, pois os angolanos o comem na rua ou no táxi enquanto vão para o trabalho ou com amigos. Pode ser servido com banana assada ou mandioca grelhada. Às vezes é acompanhado com kissangua ou mukua .

11. Molho de Tomate, Ovo e Chouriço
Molho de tomate, ovo e linguiça de carne é um prato conhecido por ser muito gostoso e fácil de preparar. Tradicionalmente é feito com molho de tomate, alho, linguiça de carne, cebola e ovos cozidos, e pronto.
Aprecie com funge e um delicioso suco de mukua .

12. Makayabu
Makayabu é o nome angolano para peixe seco. É muito consumido em Angola, mas a sua origem remonta ao Congo. O peixe pode ser cacusso ou bacalhau. Makayabu é frequentemente servido com funge , kizaca , repolho ou calulu .
O processo envolve primeiro mergulhá-lo em água por 2 horas para remover o sal, após o que pode ser temperado com sal, especiarias, tomate, vinagre e óleo de cozinha.

13. Arroz com feijão
Este é um alimento originário da América do Sul e tem sido adotado por muitos países do mundo, sendo Angola um deles.
Os angolanos consomem arroz e feijão como prato base, atrás apenas do funge . Em qualquer lugar do país, você pode ser servido este prato. É tão popular que muitas vezes é servido com pratos tradicionais como kizaca , jimboa ou calulu , e também tem muito molho. Ou seja, para nós brasileiros vamos amar, pois é a base da nossa gastronomia.

14. Bagre defumado
Bagre defumado é simplesmente bagre seco. É extraído dos rios de Angola e é muito popular na região norte. Ele é cozido com cebola, sal e tomate, e depois é grelhado ou cozido. Bagre fumado pode ser servido com batata doce, quiabo ou funge .

15. Chikuanga
Chikuanga às vezes é chamado de pão de mandioca porque se parece com pedaços de pão e é feito de mandioca.
O processo é simples. A mandioca precisa ser descascada e cortada em pedaços. Essas peças são então colocadas em água fria onde descansam por 2 dias para que fiquem macias e fermentadas. Em seguida é fervido com água até ficar duro e dourado, e então é enrolado nas folhas de bananeira. O chi kuanga pode ser servido com mufete , bagre fumado e outros pratos.

16. Fumbua
A fumbua é um dos pratos mais consumidos na zona norte de Angola e no país vizinho da RDC.
Fumbua são folhas que são coletadas na floresta e são muito ricas em vitaminas. Pode ser encontrado em restaurantes, mas é vendido principalmente nas ruas. É cozido com água fervente e sal, óleo de palma, amendoim torrado e temperos. É muito saboroso, principalmente quando servido com bagre fumado , chikuanga ou funge , como mostrado abaixo.

17. Muzongué ou Caldo
Caldo é um prato feito com peixe fresco. É comido principalmente de manhã depois de uma festa ou celebração porque é bom para ressacas. O Muzongue é feito simplesmente cortando o peixe, cacusso ou caranguejo em cubos, temperando-o e depois fervendo-o.
É servido com uma combinação de batata-doce e mandioca, e adiciona-se óleo de palma vermelho, dando-lhe um sabor doce e salgado que combate o álcool no corpo se estiver de ressaca. Geralmente é caseiro e servido pela manhã.

18. Cabidela
A cabidela é um prato português que tem sido amplamente adotado pelos angolanos. É feito com aves e geralmente frango. A particularidade do prato é que o sangue de galinha é adicionado quase no final, misturado com vinagre para não coagular, enquanto o arroz está fervendo, muito parecido com os pratos “jardim” ou “civeta”. O sangue é retirado quando o animal é abatido e dá uma cor marrom ao prato.
Ocasionalmente, arroz branco e funge podem ser servidos com frango à cabidela . Cozinhar com sangue é um costume antigo comum a várias culturas antigas. Em Angola, a cabidela pode ser preparada com outras aves ou carnes (pato, peru, porco, cabide ou caça), embora não seja comum. A Cabidela pode ser consumida em restaurantes, especialmente os localizados na costa.

19. Cabrito
A carne de cabrito é muito popular na cozinha angolana. A cabra pode ser encontrada na parte leste do país e também é exportada para países vizinhos. Muitas vezes é comido quando há uma celebração, festa de formatura ou até mesmo em feriados especiais. Quando há um prato de cabra na mesa, as pessoas esquecem as outras carnes.
É comido com arroz ou funge e uma mistura de outros pratos tradicionais, como calulu , kizaca ou jimboa. É cozido simplesmente com sal, cebola e algumas ervas. Alguns adicionam bananas ao comer com arroz, apenas para dar um sabor levemente adocicado.

20. Catato
Catatos é um prato angolano único e exótico. Na sua forma mais básica, o prato é feito fritando lagartas com alho, mas pode ser enriquecido com a adição de cebola, pimentão e tomate. As lagartas devem estar bem tenras mas com uma textura crocante. Alguns dizem que até têm gosto de camarão.

O prato é embalado com valor nutricional, já que as lagartas têm maior quantidade de proteína e ferro do que peixes ou carne bovina. Recomenda-se servir catatos com arroz, funge e molho picante.
E a Galinha D`Angola? Se come em Angola?
Eu comi sopa de Galinha Dangola em Tiradentes, MG, Brasil, num restaurante super chique. Ou seja, se come sim e é uma iguaria. A pergunta é: A galinha D`Angola faz parte da culinária de Angola?
A galinha-d’angola é uma ave, originária da África e introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses, que a trouxeram da África Ocidental. Interessante que os países da África Ocidental são: Benim, Burquina Fasso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. Ou seja, como você pode ver, teoricamente Angola não se encaixa na África Ocidental. No entanto, apesar da Angola estar localizada na África Central, esse país foi colonizado pelos portugueses, e era sim conhecido como África Ocidental Portuguesa, em contraposição a Moçambique (África Oriental Portuguesa).

Esportes

Até à independência, Angola era, desportivamente, o reflexo e o prolongamento da situação vivida na Metrópole: uma infraestrutura claramente insuficiente, um número baixíssimo de praticantes e fracas prestações nas competições internacionais. Depois da Independência, o sistema desportivo foi radicalmente diferente na sua essência e conteúdos.

As duas grandes linhas de força do desenvolvimento desportivo, em que o Estado se empenhava direta e ativamente, foram a massificação desportiva e a participação dos agentes desportivos na conceptualização e organização do sistema desportivo. A política de intervenção no movimento associativo traduziu-se na criação do Comité Olímpico e das Federações, bem como na formação de grande número de novos clubes, particularmente de futebol. Vários fatores, como a guerra, dificultaram a obtenção dos objetivos fixados, mas no essencial, a política desportiva do Governo de Angola assentou nas estratégias que assegurariam, a curto e médio prazo, o desenvolvimento sustentável de um desporto com consistência programática, apostado na diversificação e no crescimento das práticas e dos praticantes.

Atualmente, a modalidade mais popular em Angola é o futebol, seguido do Basquetebol, Andebol e o Hóquei em Patins, cujas principais equipas emblemáticas do país são: 1º de Agosto, Petro Atlético de Luanda, ASA, Inter Clube de Luanda, 1º de Maio de Benguela, Nacional de Benguela e Mambroa do Huambo.

Os grandes eventos desportivos de Angola foram a realização do Campeonato Africano de Futebol em 2010 (CAN2010), Campeonato Africano de Basquetebol e Andebol, participação da Seleção Nacional de Futebol no Mundial de Futebol na Alemanha, em 2006, participação da Seleção Nacional de Andebol, Basquetebol e Hóquei Patins em mundiais e Jogos Olímpicos, participação em Mundiais e Jogos Olímpicos para deficientes, bem como a realização do Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins, em 2013.

Rede Lusófona de Comunicação

Youtube

  • CULTURAonline BRASIL

  • RIL-Rádio Internacional Lusófona

  • Gazeta Valeparaibana

  • TV Lusofonias

 

VÍNCULOS E PARCERIAS

 

  • Gazeta Valeparaibana

  • CULTURAonline BRASIL

 

CORPO EDITORIAL

 

  • Diretor e Editor: Filipe de Sousa

  • Chefe de Redação: Rita de Cássia A. S. Lousada

ACESSOS
  • Home
  • Youtube
  • Rádio
  • Televisão
  • Embaixadores
  • Sobre
  • Contato

 

DUVIDAS, ERROS E SUGESTÕES > Fale conosco

Nossos doadores são as pessoas que fazem doações mensais e recorrentes, fundamentais para manter nosso trabalho

independente de poderes políticos e econômicos.

AJUDE-NOS A DIVULGAR A LUSOFONIA! Seja um apoiador.

O Mundo só muda quando o cidadão mudar e a mudança somente se dará através do conhecimento!

Seja + um retransmissor do conhecimento adquirido.

Junte-se a nós !

Projeto iniciado em 2007 site atualizado em 01-05-2022

Copyright©lusofonias.net.br